DOMINGO DOS ROMEIROS MARCA O FIM DAS CELEBRAÇÕES DE SANTA LUZIA, PADROEIRA DA CIDADE
Uma missa realizada na Tenda da Fé, localizada atrás do Santuário de Santa Luzia, marcou o encerramento das celebrações em homenagem à padroeira da cidade. Este espaço, que serve tanto para missas quanto para acolhimento, foi palco de uma cerimônia especial, reunindo fiéis e devotos. Após a missa, uma imponente procissão, liderada pelo padre Felipe Lemos, reitor do Santuário e um grande número de participantes, seguiu até a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, sendo o ponto alto das festividades, simbolizando a devoção e a união da comunidade em torno da fé e da tradição do dia de Santa Luzia, que é celebrado no dia 13 de dezembro.
A história de Santa Luzia
O nome de Santa Luzia vem do latim e significa portadora da luz. Ela é invocada pelos fiéis como a protetora dos olhos, que são a “janela da alma”, nosso verdadeiro canal de luz.
Santa Luzia nasceu em Siracusa (Itália) no fim do século III. Conta-se que pertencia a uma família italiana e rica, que lhe deu ótima formação cristã, a ponto de ter feito um voto de viver a virgindade perpétua. Porém, com a morte do pai, Luzia soube que sua mãe queria vê-la casada com um jovem de distinta família, porém, pagão.
Ao pedir um período para analisar o casamento e tendo a mãe gravemente enferma, Santa Luzia propôs à mãe que fossem em romaria ao túmulo da mártir Santa Águeda e que a cura da grave doença seria a confirmação do “não” para o casamento.
Milagrosamente, foi o que ocorreu logo com a chegada das romeiras e, assim, Santa Luzia voltou para Siracusa com a certeza da vontade de Deus quanto à virgindade e quanto aos sofrimentos pelos quais passaria, assim como Santa Águeda.
Santa Luzia vendeu tudo, deu aos pobres, e logo foi acusada pelo jovem que a queria como esposa. Não querendo oferecer sacrifício aos falsos deuses nem quebrar o seu santo voto, ela teve que enfrentar as autoridades perseguidoras. Conta-se que antes de sua morte teriam arrancado os seus olhos. Fato ou não, Santa Luzia é reconhecida pela vida que levou Jesus – Luz do Mundo – até as últimas consequências.
O prefeito da cidade quis levar à desonra a virgem cristã, mas não houve força humana que a pudesse arrastar. Firme como um monte de granito, várias juntas de bois não foram capazes de a levar (Santa Luzia é muitas vezes representada com os sobreditos bois). As chamas do fogo também se mostravam impotentes diante dela, até que a espada acabou com vida tão preciosa. A decapitação de Santa Luzia se deu no ano de 303.
Depoimentos de fé
Dona Ana Rosa acordou de madrugada em Ipoema, na região central de Minas, arrumou seus dois netos e vieram para Santa Luzia. Ela começou a frequentar a cidade após receber graças de Santa Luzia após problemas na visão. Já o senhor Geraldo Joviano, de Conselheiro Lafaiete disse que há vinte anos ele quase ficou cego e foi curado após pedir a intercessão de Santa Luzia e desde então vem sempre à cidade, enquanto o senhor Edirlei Fernandes, de Itambé do Mato Dentro voltou a visitar a cidade, depois de trinta anos de ausência, após receber graças de Santa Luzia.
Como Santa Luzia virou padroeira da cidade
Conta a história, que um pescador chamado Leôncio, que tinha problemas na visão, observou um objeto brilhando no rio, enterrado na areia. Quando pegou era a imagem de Santa Luzia, a santa protetora dos olhos, e assim se deu o primeiro milagre da santa, já que na mesma hora ele volta a enxergar. A imagem foi levada para a primeira capela do arraial, tornando-se a padroeira do município. O Sargento- Mór Pacheco Ribeiro, que morava em Portugal, ao ficar cego, fez uma promessa a Santa Luzia das Minas Gerais, que se voltasse a enxergar viria para a cidade. Como recebeu o milagre, ele se mudou com suas três filhas para Santa Luzia e construiu o templo, onde hoje está a Igreja Matriz, localizada na Rua Direita, no Centro Histórico. Revolução Liberal de 1842 Um fato importante que marcou a história da cidade, foi a Revolução Liberal de 1842. O casarão, onde abriga hoje a Casa da Cultura, antigo Solar Teixeira da Costa, foi o quartel-general dos revolucionários e ainda guarda as marcas de balas em suas janelas. A batalha final foi travada no Muro de Pedras, entre as tropas do revolucionário Teófilo Otoni e do governista Duque de Caxias.
O tempo chuvoso não impediu a vinda de fiéis à cidade