18 de dezembro de 2024

DOMINGO DOS ROMEIROS MARCA O FIM DAS CELEBRAÇÕES DE SANTA LUZIA, PADROEIRA DA CIDADE

Uma missa realizada na Tenda da Fé, localizada atrás do Santuário de Santa Luzia, marcou o encerramento das celebrações em homenagem à padroeira da cidade. Este espaço, que serve tanto para missas quanto para acolhimento, foi palco de uma cerimônia especial, reunindo fiéis e devotos. Após a missa, uma imponente procissão, liderada pelo padre Felipe Lemos, reitor do Santuário e um grande número de participantes, seguiu até a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, sendo o ponto alto das festividades, simbolizando a devoção e a união da comunidade em torno da fé e da tradição do dia de Santa Luzia, que é celebrado no dia 13 de dezembro.  

A história  de Santa Luzia

O nome de Santa Luzia vem do latim e significa portadora da luz. Ela é invocada pelos fiéis como a protetora dos olhos, que são a “janela da alma”, nosso verdadeiro canal de luz.

Santa Luzia nasceu em Siracusa (Itália) no fim do século III. Conta-se que pertencia a uma família italiana e rica, que lhe deu ótima formação cristã, a ponto de ter feito um voto de viver a virgindade perpétua. Porém, com a morte do pai, Luzia soube que sua mãe queria vê-la casada com um jovem de distinta família, porém, pagão.

Ao pedir um período para analisar o casamento e tendo a mãe gravemente enferma, Santa Luzia propôs à mãe que fossem em romaria ao túmulo da mártir Santa Águeda e que a cura da grave doença seria a confirmação do “não” para o casamento.

Milagrosamente, foi o que ocorreu logo com a chegada das romeiras e, assim, Santa Luzia voltou para Siracusa com a certeza da vontade de Deus quanto à virgindade e quanto aos sofrimentos pelos quais passaria, assim como Santa Águeda.

Santa Luzia vendeu tudo, deu aos pobres, e logo foi acusada pelo jovem que a queria como esposa. Não querendo oferecer sacrifício aos falsos deuses nem quebrar o seu santo voto, ela teve que enfrentar as autoridades perseguidoras. Conta-se que antes de sua morte teriam arrancado os seus olhos. Fato ou não, Santa Luzia é reconhecida pela vida que levou Jesus – Luz do Mundo – até as últimas consequências.

Edirlei Fernandes, de Itambé do Mato Dentro: fé falou mais alto

O prefeito da cidade quis levar à desonra a virgem cristã, mas não houve força humana que a pudesse arrastar. Firme como um monte de granito, várias juntas de bois não foram capazes de a levar (Santa Luzia é muitas vezes representada com os sobreditos bois). As chamas do fogo também se mostravam impotentes diante dela, até que a espada acabou com vida tão preciosa. A decapitação de Santa Luzia se deu no ano de 303.

Dona Ana Rosa trouxe os filhos de Ipoema, Minas Gerais

Depoimentos de fé

Dona Ana Rosa acordou de madrugada em Ipoema, na região central de Minas, arrumou seus dois netos e vieram para Santa Luzia. Ela começou a frequentar a cidade após receber graças de Santa Luzia após problemas na visão. Já o senhor Geraldo Joviano, de Conselheiro Lafaiete disse que há vinte anos ele quase ficou cego e foi curado após pedir a intercessão de Santa Luzia e desde então vem sempre à cidade, enquanto o senhor Edirlei Fernandes, de Itambé do Mato Dentro voltou a visitar a cidade, depois de trinta anos de ausência, após receber graças de Santa Luzia.

Geraldo Joviano disse que não ficou cego graças a Santa Luzia

Como Santa Luzia virou padroeira da cidade

Conta a história, que um pescador chamado Leôncio, que tinha problemas na visão, observou um objeto brilhando no rio, enterrado na areia. Quando pegou era a imagem de Santa Luzia, a santa protetora dos olhos, e assim se deu o primeiro milagre da santa, já que na mesma hora ele volta a enxergar. A imagem foi levada para a primeira capela do arraial, tornando-se a padroeira do município. O Sargento- Mór Pacheco Ribeiro, que morava em Portugal, ao ficar cego, fez uma promessa a Santa Luzia das Minas Gerais, que se voltasse a enxergar viria para a cidade. Como recebeu o milagre, ele se mudou com suas três filhas para Santa Luzia e construiu o templo, onde hoje está a Igreja Matriz, localizada na Rua Direita, no Centro Histórico. Revolução Liberal de 1842 Um fato importante que marcou a história da cidade, foi a Revolução Liberal de 1842. O casarão, onde abriga hoje a Casa da Cultura, antigo Solar Teixeira da Costa, foi o quartel-general dos revolucionários e ainda guarda as marcas de balas em suas janelas. A batalha final foi travada no Muro de Pedras, entre as tropas do revolucionário Teófilo Otoni e do governista Duque de Caxias.

O tempo chuvoso não impediu a vinda de fiéis à cidade

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João Bosco Nascimento