REMÉDIOS VENCIDOS ACHADOS NA PREFEITURA NÃO SERIAM UM ATESTADO DE INCOMPETÊNCIA DO PREFEITO PAULO BIGODINHO?
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A situação levantada pelo vídeo publicado pelo prefeito de Santa Luzia, onde foram encontrados remédios vencidos no almoxarifado da secretaria de saúde, gera, de fato, uma série de questionamentos sobre a responsabilidade e o papel dos agentes públicos em relação à fiscalização e gestão dos recursos públicos.
Como vereador na gestão anterior, o atual prefeito tinha, entre suas atribuições, a função de fiscalizar os atos do Executivo, incluindo a administração da saúde pública. A constatação de que medicamentos expirados estavam armazenados e possivelmente não foram descartados adequadamente levanta a dúvida sobre a efetividade dessa fiscalização. Esse fato não apenas compromete a saúde da população, mas também questiona a eficácia do trabalho dos representantes na Câmara Municipal.
É importante destacar que a responsabilidade pela gestão correta dos medicamentos e pela implementação de políticas de saúde eficazes é compartilhada entre diferentes esferas do governo. No entanto, a indagação da população é válida e reflete uma expectativa de que os representantes eleitos atuem com diligência e compromisso, não apenas durante seu mandato, mas também em períodos anteriores.
Para responder a essa preocupação, seria essencial que o prefeito apresentasse um plano de ação para evitar que situações semelhantes ocorram no futuro. Isso incluiria medidas de fiscalização mais rigorosas, transparência na gestão dos recursos e um diálogo aberto com a população sobre as ações que estão sendo tomadas para garantir a saúde e o bem-estar da comunidade. Somente assim será possível restaurar a confiança dos cidadãos nas instituições públicas e na capacidade dos gestores de cumprir com suas responsabilidades.
Certamente, a situação mencionada levanta preocupações legítimas sobre a gestão da saúde pública sob a responsabilidade do agora secretário Rodrigo Gazetto. Como ex-gestor da secretaria de saúde, ele deveria ter um entendimento profundo das normas e práticas necessárias para garantir a adequada conservação e a validade dos medicamentos. O fato de que alguns remédios estejam vencidos há mais de dois anos, conforme declarado pelo prefeito Paulo Henrique Bigodinho, sugere uma falha significativa na administração e na supervisão dos estoques.
A alegação de que o vereador não poderia entrar na prefeitura não se sustenta, considerando que existem diversas alternativas legais e judiciais que podem ser utilizadas para cumprir sua função de fiscalização. O vereador tem a obrigação de zelar pelo bem público e, para isso, pode recorrer a mecanismos como requisições formais de informações, denúncias ao Ministério Público, ou mesmo ações judiciais para garantir o acesso a dados e documentos necessários à sua atuação.
É fundamental que os representantes eleitos exerçam suas prerrogativas de forma ativa, buscando sempre o interesse da coletividade. A proibição de acesso a determinados espaços não pode ser um entrave para o exercício pleno do mandato, e cabe ao vereador usar as ferramentas disponíveis para garantir a transparência e a responsabilidade na administração pública. Portanto, a falta de ação diante da situação mencionada pode ser interpretada como ausência de comprometimento com as responsabilidades inerentes ao cargo.
Essa situação não apenas compromete a eficácia do tratamento oferecido à população, mas também pode resultar em riscos à saúde pública. A capacidade de um gestor de reconhecer e corrigir problemas na sua própria área de atuação é crucial para a confiança da população nas instituições de saúde. Portanto, é essencial que sejam realizadas investigações e tomadas medidas corretivas para evitar que problemas semelhantes ocorram no futuro e para assegurar que a saúde da comunidade seja priorizada de forma adequada.